A importância do processo de aconselhamento
- Marcos Acacio
- 18 de jul.
- 3 min de leitura
Olá pessoal.
Nos últimos dias estive bastante pensativo sobre como um processo eficaz de aconselhamento auxilia na construção de decisões profissionais e pessoais de uma maneira assertiva.
Desde o começo de minha carreira sempre existiram profissionais que me apoiaram, indicavam como atravessar os revezes profissionais, como optar pelo melhor caminho em qualquer dilema e, principalmente, enxergavam um potencial que eu mesmo não conseguia entender.
Mantenho contato com muitas dessas pessoas até os dias de hoje e sou muito grato pelo tempo, conselhos, observações, análises, puxões de orelha que fizeram com que meu perfil/talento fosse cada vez mais lapidado ao longo dos anos.
Claro que em muitos momentos de nossa jornada profissional, nos vemos sozinhos, desamparados de suporte básico, nos encontramos em dilemas intransponíveis, bem como nos aparecem desafios que não sabemos se será o melhor aceitar ou não.
Tudo isso é natural de nossa jornada independente rumo ao que cada um de nós almeja. Uns querem cargos, outros querem dinheiro, mais alguns querem reconhecimento, e todos querem oportunidade de aplicar todo o conhecimento acumulado da carreira em atividades práticas, atividades que sejam majoritariamente prazerosas. E é exatamente neste ponto que, ao meu ver, o processo de aconselhamento possui um papel fundamental.
Entender que nem tudo na carreira é um mar de rosas, compreender que em muitos momentos será necessário um profundo momento de reflexão para decidirmos pelo caminho "A" ou "B" e, principalmente, ter um apoio profissional que consiga nos indicar que isso tudo pelo qual estamos passando naquele momento é passageiro é algo ímpar.
Aqui entra o processo de aconselhamento. Você compreender pelo que o outro passa, sem emitir nenhum tipo de juízo de valor, despido totalmente de preconceitos, literalmente se colocar na pele de quem lhe procura, é um exercício difícil, porém necessário.
Todos nós temos profissionais que nos admiram e que nos seguem. No geral, quanto maior sua bagagem profissional, maior é essa quantidade de "seguidores". Chega um dado momento da carreira no qual você identifica em um par uma dada deficiência e consegue, através de conversas, sinalizar que esse ponto deficitário não é te todo ruim. Consegue demonstrar, baseado em sua própria vivência de vida, que alguns comportamentos e sentimentos são comuns quando estamos sob uma situação de estresse, pressão por resultados ou mesmo descontentes com nossa carreira.
A ideia de um programa de aconselhamento vai muito além de algo apenas profissional. Chega, claramente, a ser um apoio com impactos reais à vida das pessoas. Quando, humildemente (a humildade deve imperar em um fluxo de aconselhamento, uma vez que todas as partes ganham), orienta alguém sobre um dilema, você está indo além de um desabafo.
Muitas vezes, digo por vivência própria, apenas queremos conversar com alguém que seja imparcial. Alguém que consegue nos entender profissionalmente bem como consegue enxergar em qual etapa da carreira nós estamos. Quando precisamos conversar para expor frustrações, dilemas, entre outros, é muito gratificante sabermos que alguém estará lá, não para "passar a mão na cabeça" e sim para te orientar da melhor maneira possível.
A título de exemplo, em conversas com uma de minhas mentoras acerca de insatisfação na empresa na qual eu atuava na época, após eu listar uma série de pontos que julgava como negativo na empresa e ela assimilar/compreender todas as nuances de minha fala, fui confrontado com um "talvez o problema seja você.". Isso me fez refletir sobre minhas decisões. Me fez refletir sobre quais os passos eu tinha dado até aquele momento.
Creio que o papel de um conselheiro é exatamente o de provocar essa reflexão. Te mostrar que as vezes seu ponto de vista acerca de determinada ação é equivocado. Será que você não está contaminado com os dizeres da "rádio corredor"? Será que suas frustrações são verdadeiramente suas ou são as de seus pares? Essas indagações sempre se fazem presentes quando algum par me solicita conselhos. Ah, e conselhos precisam ser solicitados ;).
Várias vezes me permito questionar "minhas verdades". Será que estou no caminho certo? Como que determinada pessoa agiria numa situação similar? Será que meu par vai ser atingido com a decisão tomada após essa reflexão?
Ao meu ver apenas quando, verdadeiramente, nos colocamos no lugar do outro, quando deixamos nossas dores de lado para compreender o que aflige o outro, é que nos tornamos, não conselheiros, e sim pessoas melhores.
Abraços e nos vemos no próximo post.



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